quarta-feira, 4 de maio de 2011

- Lamentos de um Zé ninguém.

E se tu vinhesse mais eu, se ajuntasse mais eu, nós havia de sê filiz.
Se tu tivesse recebido a frô que eu ia te dá, se tu tivesse dado uma cherada no meu cangote que eu passei colônia só para te agrada.
Se tu tivesse visto, as lágrima que eu botei pra fora, quando tu fosse timbora mais aquele Zé num sei das quanta e me deixasse aqui no meio desse chão rachado, que minhas lágrima fez questão de encharca, num era nem época de chuva, mandacaru nem froreou, mais a dor foi tão grande que minha lagrima o chão seco do sertão moiô.
Por que meu santinho? Porque levasse ela? Porque arrastasse ela, de longe do meu sertão?
Queria os cabelo dela, duas trança grossa e apertada, queria a pele dourada dela, queria seu vestido de chitão, ainda queria vê ela dançar quadrilha no palhoção, eu ser o noivo e ela meu par, dar um bejo nela de supresa, ter o sorriso dela e a certeza que nós se ajuntava, mas não.
Eu tinha frô, um monte de bejo, carinho, amor e até casa, tava vendeno os boi que eu tanto amava, para construí uma casa pra ela, de taipa com um portão e duas janela, três rosa encima da mesa e sonhava com um monte fio correndo solto eaprendendo desde novo as rima do meu sertão.
E eu aqui abestado, chorando feito palhaço enquanto ela se engraça para todos homi da praça, e eu que só tinha olho pra ela, não vejo ota, só vejo ela.
Mariinha, Socorro, Bernadete nem adianta, nem se avexe, que meus olho só vê ela, que foi simbora da minha terra e me deixou com o coração cheio de espinho de mandacaru. Eu queria eu mais tu, mas tu só queria tu. E eu Zé sem nome, abestaiado, vou fica chorano o leite derramado até Deus do céu, ter pena d’eu, e me manda outra igual a tu que mereça sê amada, como tu num foi.
E eu pobre e sufrido, te amava desgraçada. 

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