E daí talvez o perigo esteja no cruzar de pernas, no piscar dos olhos, na mania de passar a língua entre os lábios e viver mexendo naquele cabelo que nunca se decidiu de que lado caia melhor, se era negro, ou cacau, nunca soube.
Ou talvez esteja do outro lado do rio, no sorriso meio errado, no andar meio de lado, no timbre na voz, e até mesmo no jeito de fazer carinho, desenhando redemoinhos.
Ou talvez não seja nada disso, talvez o perigo seja por inteiro, o conjunto nada ameaçador que ela expressa, mas é tão não ameaçador, que chega a ser duvidoso, e vez ou outra pegasse de verdade, assim loba que é.
Mas não duvide, nunca duvide, por que ela é perigo e sabe bem disso.
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