*Era uma menina que gostava de livros e de sentar-se na livraria a tarde, escondia atrás de uma montanha e Freud e Goethe.
Nathalia diz (02:56):
*mas gostava só dos livros, não de lê-los, gostava de livrarias, mas não de Freud ou Goethe,
Yasmin. diz (02:57):
*Gostava mesmo era do cheiro deles, e da barreira que Freud e Goethe faziam, era um tanto anti-social, digamos.
Nathalia diz (02:59):
*tão anti-sociais quanto, ela, porque de verdade, tinha medo de sair de trás das capas de papelão que a protegiam,
tinha um pavor imenso de correr o risco, de poder viver uma historia como aquelas que já tinha lido.
Yasmin. diz (03:00):
*E lia compulsivamente, mas não era para passar tempo ou coisa qualquer, era para esquecer da vida que ela deixou de viver.
Preferia pensar que ninguém era bom o suficiente, talentoso o suficiante, para que fosse Romeu dela.
Nathalia diz (03:02):
*E pensava mais ainda, pensava que nunca, do jeito que era, poderia ser a Julieta de alguém, não se cabia de tanto pensamento.
Yasmin. diz (03:03):
*Porque afinal, quem iria querer ela? Louca de pedra que era, e que escondidamente e no mais íntimos dos íntimos queria alguém que não condizia com nada estipulado ou planejado anos antes.
Nathalia diz (03:06):
*Quem lá ia gostar de dormir com os pés cobertos e de respirar longe da poeira que os carros faziam? Quem ia querer torres de livros novos numa biblioteca cheirando a eucalipto, quem ia querer alguém que sabia de muito, mas não vivia nada?
Totalmente incompetente pra vida, ela era.
Yasmin. diz (03:10):
*e ela olhava, eles (ele) lá livres, soltos, como puros animais selvagens, dizia. Mas lá dentro gritava: Como são lindos e livres e um raio de admiração pairava no seu rosto. Nunca entrava no mar, era sujo de mais, mas os ( o ) via, indo para lá, sem medo de ser feliz, ou mlehor, sem medo de ser decaptado por um tubarão. Tolice! Gritava ela para si mesma, mas havia, e como havia uma vontade de tirar os pesados sapatos, soltar aqueles cachos e ir nadar. Mas como esplicara Freud num certo livro, o ser humano tende para o lado, errado. Logo, ela tratou de matar a vontade e voltar a sua livraria cheirando a eucalipto.
Nathalia diz (03:12):
*E lá, dentro de algum daqueles livro achou uma folha de papel em branco, e como poucas vezes de sua vida foi feliz, escreveu tudo o que quis e quer ser e deixou lá, naquela mesma mesa, pra que um dia quem sabe alguém como ela pudesse ler.
*(eu acabo aqui,)
Yasmin. diz (03:13):
*E leram, e os sonhos eram os mais lindos, simples e inacreditáveis possíveis.
É, mas só leram, não realizaram.
Yasmin. diz (03:14):
*acabado.
Texto feito junto com a Nathalia Almeida do Comocoraçãointeiro *-*
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Critique-me ou Surpreenda-me