Ainda há entre os olhos regados de lágrima, sondados de dor, ainda há
uma alegria morena, pequena que atende pelo nome de luz. Sempre teve
luz, a intensidade oscilava perante as perdas, os gastos.
Mas, ainda assim havia luz.
A boca se abria numa súplica, num apelo, era muda, da boca só saia luz. Tentava dizer, mas não dizia.
Queria correr, mas não corria.
Temtava desatar, mas era presa. Estava presa à luz que ela ainda tinha, mas que só luzia, não vivia.
Queria chorar, só não chorava.
Queria amar, mas não amava.
Queria gritar, para nem ter luz, e não gritava!
Vivia uma angústia de só luzir. Era surda, muda e boba, boba pela luz.
Mas ainda era feliz, presa a luz míngua que só luzia.
Uma luz de sol de fim de tarde, fria e cheirando à jasmins molhados.
Uma felicidade antiga e inconstante dos tempos que a luz talvez vivesse.
Os olhos também eram luz, extraordinário para um ser humano, só via luz e por consequência era cega.
Muita luz cega os olhos.
Não sorria mais, era e esse fazia luz.
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