segunda-feira, 2 de abril de 2012

Meiose.

O texto não havia assinante certo, mas eu sabia muito bem de quem era.
Afinal de contas depois de tantos dias acinzentados e coloridos como não saber? Como não saber que a análise perfeita da frase também era dele, e como não saber que ele se autoentitularia "erro"?

Hoje vi a nossa foto pousada num caderno velho, onde havia uns rabiscos teus, uns dezenhos meus, umas explicações de inglês, e a nossa foto, a única foto em dois anos, doloridamente harmoniosa. Meus cabelos eram claros como os teus, e eu era exatamente um palmo e três dedos mais baixa que você, aquela coisa de estatura perfeita, que sempre foi complicado para achar.

As mil músicas que contam nossa história também me invadem como nesses dias, e eu morro de saudade. Fico querendo reviver de novo e de novo os lugares que você estava. Você marcou os lugares na minha vista, não consigo enxergá-los sem você. Eras o primeiro sorriso do dia, o último pensamento a noite, me conhecias como nem eu sabia que conhecia e virce e versa.

Me apeguei a tua imagem inesperada, que inesperadamente me lembra Biologia. Olha me inscrevi na Olímpiada Brasileira de Biologia, a nossa matéria preferida, lembra? 
Eu lembro de você no canto do espelho de manhã, nos professores velhos, nas meninas novas.

Vou ganhar essa vida pela gente, vou ganhar a Olimpíada também pela gente. Para gente ser feliz com mais um mérito nosso, do jeito que a gente gosta de se sentir, bem saciados da sociedade. Vou olhar a tua foto, ler teu texto sem assinatura, inalar você e nossos dois anos inesperadamente inacabados de Biologia.

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