terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Por vezes me perco nas minhas próprias sombras, porém, perdesse também faz-se caminho, já dizia a poetisa.
Me perco, mas quando me acho, acho a escuridão acolhedora, o pânico vem mas vai embora, e só me resta o som do silêncio. O som que reside na minha consciência que é mutante, se adéqua à o que eu quiser ouvir. Ouço meu pássaro preferido, fecho os olhos e o vejo pousar sobre meu ombro e se eu imaginar mais, consigo sentir seu bater de asas em formato de infinito. Não me sinto mais sozinha.
Estou cheia de trevas, as mesmas trevas que eu temia quando mais jovem, ter medo ou não ter é sempre uma opção, a coragem é uma linha que precisa ser pisada como fronteira me sinto bem nas trevas, ninguém me acha, ninguém me vê. O medo de sorrir não existe, eu não preciso sorrir, só preciso existir mesmo, ser o que eu quiser quando eu quiser, nunca esperam nada de quem vem das trevas, e viver sem expectativas alheias é uma dádiva.
Seria ousadia demais de minha parte culpar um fator externo pelo meu atual estado interior, por mais que seja romântico e poético o causador ser uma frustração não foi. Ou foi? Porque sabe... A gente só se frusta quando quer, talvez eu quisesse as trevas me fazem enxergar que sofri por uma opção, e saí dali também por uma opção, eu só quero me enxergar, e é isso o que vou fazer, no escuro eu só sei de mim e de mais ninguém, eu só me sinto e não sinto mais nada. Tudo o que me toca é estranho e eu recuo.
Busco infinitas formas de sentir alguma coisa, muitas delas pesadas demais para uma garota de apenas quase 18 anos, mas não há mais o que sentir. Será que eu esqueci? Os desenhos são vazios, as mensagens são vazias, as músicas são vazias. Eu sou um espelho: Eu sou vazia. Nem saudade eu sinto mais, ou será que me tornei à própria? Eu não ligo mais com quem quer ou não quer vir, eu não ligo pra quem chega e se estala e também não ligo se o morador mais ilustre for embora, eu até prefiro meu prédio vazio.
Porém, ainda não perdi o amor, aquele pelas pequenas coisas, lá no fundo a gente sabe, que só há trevas porque à luz. E eu até consigo vê-la, é de lá que vem meu pássaro preferido, mostrando os ciclos em suas asas, dizendo pra mim, que tudo vai se renovar, e que meu vazio é temporário porque aquela luz ela vai me encontrar, ela vai me encher, vai me sarar, vai me levantar, e eu vou ser tão brilhante, que a escuridão se dissipará.
Por enquanto, escuto as baladas solitárias dos meus olhos, e por enquanto eu sou um vazio que aperta de vez enquanto meu peito e eu vejo alguns rostos...
Mas vai passar porque o que importa mesmo, é que um ano já passou. E esse ano termina com 13 que é meu número da sorte, sou fiel à minha fé no universo que depois de marés escuras e ruins, eu sou merecedor de velas douradas.
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