quarta-feira, 10 de abril de 2013
Eu busco à mim mesma, busco à mim.
Busco à mim numa ânsia de quem busca um segredo.
Um segredo oculto demais para ser revelado.
A revelação talvez não seja tão importante quanto a busca...
No fim de tudo.
Busco à mim mesma, nas vírgulas dos grandes poetas.
E nas profecias dos profetas.
No sangue alheio dos psicopatas, numa faca afiada.
Num fogo aceso. E neste fogo busco a mim mesma.
E tudo são cinzas...
No fim de tudo.
E me busco também nas 24.000 espécies de borboletas.
E em suas asas, e em suas antenas, e em seus olhos.
No olhos alheios, fundos, rasos, nos milhares de cílios.
E risos, que terminam vazios...
No fim de tudo.
Busco a mim mesma, dentro de mim mesma.
E por vezes não me encontro.
E me perco, regorgizo, me jogo contra as grades de mim mesma...
Pra que elas sumam, e não somem. Ficam mais fortes...
E me ferem...
No fim de tudo.
E busco a mim mesma, mesmo que eu não encontre.
Parto em busca de mim, em outros corpos.
Procurando uma parte, ou várias partes que talvez tenha perdido.
Em outro olhar, olhares...
Quantidade é um detalhe.
Busco-me, e busco-me, e busco-me.
E enquanto perdida estiver, nenhum desses fins haverá.
O encontro talvez não seja tão importante quanto a busca...
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