segunda-feira, 13 de junho de 2011

- De ser.

Sou a parte morfada do livro velho jogado às traças,
aquela mais atrativa à elas, à que pareceu mas doce e comestível.
Sou a poeira de cima dos telhados, talhada pelo vento,
um lamento, esquecido, dolorido, quase que impiedoso.
Sou o esquecimento de amar, sou o esquecimento de sentir.
Sou o esquecimento de me lembrar de não magoar,
Sou a própria mágoa, numa ânsia inusitada de deixar de ser.
Não digo que sou poeta, meu forte mesmo é a prosa ritmizada.
Não tenho o dom de ser poesia, não agrada as traças.
Sou complicada demais para me resumir a quartetos de rimas.
Sou complicação, escárnio, dor subjugada, sou ideia, começo de náusea.
Sou sobre tudo um livro, que por curiosidade, as pessoas começam a ler.
E olhe só! Abandonam no meio do caminho, por não ter paciência de interpretar.



-  Ideia retirada do texto da @Nathalia_Di , que eu li à algum tempo.

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