Eu não posso deixar as coisas como estão, não posso deixar as coisas assim, mortas... sem resquício de pulso, elas tem que pulsar, carecem pulsar.
Eu me pergunto como eu conseguir deixar morrer o azul da janela, as arvorés atras da lente, o true love escrito no canto do papel... como eu fui perder teu único presente material, como eu pude ragar teu único risco no meu caderno, como foi que eu deixei o tempo passar tão rápido, sem se quer arrancar um riso teu, ou uma lágrima. Como eu pude querer ser nada?
Eu deixei que morresse aos poucos à viril inocência que ainda me roubava os olhos brilhantes, deixei que o vício tomasse o lugar de você, criei um vício não saudável de você. Como eu pude escrever aquilo, naquele momento e como pude não deixar que você me olhasse quando que eu ainda arrancaria alguns suspiros seus, hoje não mais, nem adianta tentar, sou tão paisagem quando as outras...
Eu deixei a vida me tornar em um lamento andante e sobretudo, um lamento errante, nessa minha insana sede de ser eu, de me achar eu me perdi no meio do preto e do vermelho, que nem combinam com meu tom de pele, eu me perdi no negro do plano de fundo, não encaro mais como meio cheio, mas como meio vazio. E sim isso faz uma grande diferença.
Como pude, Deus? Deixar de ser eu, querendo ser quem eu sou? Como pude usar quem mais me fazia ser eu para me fazer mudar assim de branco para preto, de triste para alegre, de mocinha para vilã. Como pude? Como pude não olhar o sol e dar um bom dia animado, matar o sorriso e colocar sarcasmo onde não precisava? Quando foi mesmo que eu troquei a praia, pelo quarto? Ah, naquela noite quando você disse que odiava o sol.
Como pude te fazer o culpado disso tudo? Eu errando de novo.
Não é culpa sua, nunca foi. A culpa é minha de ter achado que tinha me achado, na primeira curva que a vida deu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Critique-me ou Surpreenda-me