Primavera, sec. XIX.
E aqui estou eu mais uma vez sobre esse meu móvel velho de mogno, que já é espreitado pelos cupins à tempo, mas é o único que me resta, para contar de meu amor. Nessa vigésima carta, que escrevo, quero dizer que estou feliz! À dezenove cartas atrás ela só me conhecia como o homem que apanhou seu lenço na feira e lhe deu um sorriso, e hoje depois de dezenove cartas, ela enfim, me conhece como David, que é quem sou. Ah, ela me sorriu, o sorriso mais angelical e puro que alguém poderia ter na Inglaterra toda e eu a amo mais que tudo, amo desde seu começo até seu fim. Amo-a por completo, e sim, ela vai me amar.
Cheguei a vigésima primeira carta sem remetente, e meu móvel de mogno, está para ruir, notei uma pequena fenda na sua terceira perna de apoio, espero ter conseguido retardar a sua morte com meu remendo mal feito. Mas indo ao que realmente me interessa, ela estava linda hoje, ofuscou os raios do sol, com sua pele deliciosamente branca como leite e sua veste rosê que roçava na grama da praça central. Hoje não tive coragem de falar com ela, mas lhe mandei uma flor cor de sangue pelo meu moleque de recados, a vi sorrir, mas ela conversava com outro. E isso me doeu mais do que deveria, espero que o brilho estranho dos olhos dela tenha sido por outro motivo, se não aquele rapaz. Amo-a por completo, e sim, ela vai me amar.
E aqui estou eu mais uma vez sobre esse meu móvel velho de mogno, que já é espreitado pelos cupins à tempo, mas é o único que me resta, para contar de meu amor. Nessa vigésima carta, que escrevo, quero dizer que estou feliz! À dezenove cartas atrás ela só me conhecia como o homem que apanhou seu lenço na feira e lhe deu um sorriso, e hoje depois de dezenove cartas, ela enfim, me conhece como David, que é quem sou. Ah, ela me sorriu, o sorriso mais angelical e puro que alguém poderia ter na Inglaterra toda e eu a amo mais que tudo, amo desde seu começo até seu fim. Amo-a por completo, e sim, ela vai me amar.
Cheguei a vigésima primeira carta sem remetente, e meu móvel de mogno, está para ruir, notei uma pequena fenda na sua terceira perna de apoio, espero ter conseguido retardar a sua morte com meu remendo mal feito. Mas indo ao que realmente me interessa, ela estava linda hoje, ofuscou os raios do sol, com sua pele deliciosamente branca como leite e sua veste rosê que roçava na grama da praça central. Hoje não tive coragem de falar com ela, mas lhe mandei uma flor cor de sangue pelo meu moleque de recados, a vi sorrir, mas ela conversava com outro. E isso me doeu mais do que deveria, espero que o brilho estranho dos olhos dela tenha sido por outro motivo, se não aquele rapaz. Amo-a por completo, e sim, ela vai me amar.
Nota de jornal: ‘’David Grewthe, foi encontrado morto encima de uma escrivaninha de mogno em seu quarto na pensão da senhora Mary, que não quer falar sofre o assunto, todos os indícios indicam suicídio, pela taça que mostra vestígios de cicuta no fundo, e o indício mais forte, vou uma carta deixada pelo falecido, a polícia londrina ainda trabalha no caso.’’
‘’ Esta é a minha vigésima segunda carta, e finalmente a última. Não é a última do jeito que eu gostaria que fosse. Minha última carta deveria ser a que eu escreveria na véspera de nosso casamento, onde você, como sempre estaria linda. Porém, soube da vizinhança que tu és prometida à aquele rapaz de ontem na praça, e ninguém sabe o quanto dói... Eu não sei mais o que fazer, estou eu aqui, no meu móvel velho de mogno, que ameaça cair, com a força que exprimo nessas palavras, que sagram, puramente do meu coração. Estou frio, não queimo mais com o amor de antes, mas não pense que não é amor, é mais amor do que todo amor do universo que tu possas ter recebido até hoje, estou frio porque não tem mais para quê eu te esperar, eu lembrar os teus sorrisos, e espreme-los em lágrimas, não vou mais poder catar teu lenço no chão da feira, não serás minha de branco, não teremos filhos... Mas eu não te culpo! Um ser humano assim, tão belo, não pode ser culpado. Eu sou. Não te amei o suficiente para que me amaste, não te terei, não mais me quero. Amo-a por completo, mas que nunca, e seja feliz por nós dois. Adeus.’’
‘’ Esta é a minha vigésima segunda carta, e finalmente a última. Não é a última do jeito que eu gostaria que fosse. Minha última carta deveria ser a que eu escreveria na véspera de nosso casamento, onde você, como sempre estaria linda. Porém, soube da vizinhança que tu és prometida à aquele rapaz de ontem na praça, e ninguém sabe o quanto dói... Eu não sei mais o que fazer, estou eu aqui, no meu móvel velho de mogno, que ameaça cair, com a força que exprimo nessas palavras, que sagram, puramente do meu coração. Estou frio, não queimo mais com o amor de antes, mas não pense que não é amor, é mais amor do que todo amor do universo que tu possas ter recebido até hoje, estou frio porque não tem mais para quê eu te esperar, eu lembrar os teus sorrisos, e espreme-los em lágrimas, não vou mais poder catar teu lenço no chão da feira, não serás minha de branco, não teremos filhos... Mas eu não te culpo! Um ser humano assim, tão belo, não pode ser culpado. Eu sou. Não te amei o suficiente para que me amaste, não te terei, não mais me quero. Amo-a por completo, mas que nunca, e seja feliz por nós dois. Adeus.’’
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