Querido Ninguém,
Prefiro chamá-lo assim, já para começar o processo, que eu temo que não dê certo.
Mas farei o possivel, me esforçarei ao máximo, como tudo que fiz na vida.
Vou dedicar-me da mesma forma à este processo novo, como me dediquei, e me desfiz na nossa tentativa, ou melhor dizendo... Na minha tentativa de não deixar naufragar, esse sentimento que eu tanto fiz questão, que eu tanto cuidei, que eu tanto me dispus contra tudo, e todos que ousavam levantar algo do teu passado, que me decepciona até hoje, profuntamente.
Lutei, e não podes dizer que não o fiz, ah, falam por si só, os champanhes na beira da cama, os passeios semanais aos resorts que tu tanto me reclamavas, pergunte as crianças se eu não era uma boa mãe, quem pagava as contas? Quem às deixava na escola? Quem trabalhava sol a sol, enfurnada dentro daquele terno preto, com aquela pasta ameaçaroramente cheia de mim, e tudo encima de um salto? Quem dirigia o carro naquele inferno que é o trânsito? Tudo como uma louca, para cuidar das crianças, coloca-las na cama, e esperar você chegar com o maior sorriso do mundo, e a disposisão de quem passou o dia sem fazer nada, coisa, que é bom que fique claro, eu não fazia, não passei um dia sequer da minha vida, sem me mexer. Afinal, os processos são lomgos, chatos e cansativos. Mas eu fazia de tudo para não levar trabalho para casa. E nunca levei, mas já você querido ninguém, não posso dizer o mesmo, o que falar de alguém, ou melhor, ninguém que trocou a coloção de grau de Maria, pela reunião de cúpula, que acontece inúmeras vezes no ano? Pois é, eras casado com teu chefe, e não comigo.
E por falar em chefe... Deverias, ser grato até hoje à mim, que tanto preservei tua honra, porém tenho que admitir, não foi muito por ti, Maria, pelo menos para mim, ainda é uma criança e o José, já basta de revoltas, não o quero mais revoltado. Já me é grande o suficiente o problema daquelas coisas enormes alargando a orelha de uma criança de doze anos e os posters preocupantes que ele tem no quarto. E sobre tudo, quiz preservar minha imagem, e como não? Como feminista reformada não mancharia minha honra traindo-te com meu Chefe, que todos no escritório sabiam, seria meu, quando eu bem quizesse. Então, agradeça ao meu amor pelas crianças e por mim também, por que a parte do amor que era tua pisaste no último domingo...
Aquele comentário risível sobre nosso casamento. Como assim eu não me esforcei?! Eu lutei meu amor, mas do que você pensa, mas esta tua frase me mostrou realmente o que nos empedia de crescer. Você não se mexia, não fazia por onde, gritava todos os dias que a culpa era minha, que eu era tão idiota à ponto de não cultivar o grande homen que eu tinha ao meu lado. E daí, chorando sozinha no meu carro quando tentava voltar para casa naquele inferno, que se chama trânsito, cai em mim, e descobri.
Eu não preciso do seu amor, por que ele não existe! Por que a paixão que nos juntou no altar já se foi à anos, e não há risorts que consigam edificá-la de novo. Case-se com seu nootbook, e com seu terno, ache uma vadia loira e peituda, quem sabe a secretária não lhe sirva, não é mesmo? Porque eu, querido ninguém, vou continuar na minha rotina, crianças, trabalho, transito... talvez chefe, quando a carência bater. Pois é querido, jogaste tanto na minha consciência que eu não era nada sem o grande homem que tu eras, mas vamos ver se você é tão homem assim, sem a grande mulher que eu sou.
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