Perguntei-te, levantando uma das sobrancelhas e bebericando nosso bom e velho vinho.
- Deixo a sua escolha. - Respondesse-me seco e convicto, como sempre e como eu adorava.
Escolhi uma massa, um bom e quente fetuccini, com frutos do mar, teus preferidos.
Elogiaste meus brincos, que caíam no meu pescoço e davam margem ao meu [seu] vestido favorito.
Aquele preto, que alongava minhas pernas, sem maquiagem, ou o mínimo possível, para você estava sem, para mim, estava com. [risos]
Acariciaste minha mão que pousava encima do cardápio, com as nossas unhas prediletas, as pretas, como você gostava.
Sorri diminuindo os olhos, teu [nosso] sorriso predileto.
Depois de me ouvir durante todo o jantar e apenas elogiar e acenar com a cabeça, a nossa expressão favorita. Perguntaste-me o que gostaria de fazer depois do jantar.
Eu sorri e disse: - Deixo a sua escolha.
Você sorriu, com minha repetição idiota, tua mania predileta.
Levaste-me para o nosso lugar predileto, o centro, o meu shopping predileto, e a passagem que só eu e agora você, e tantas pessoas sabiam que existia.
Perguntei se você lembrava-se da primeira vez que eu tinha te levado lá.
E você sorriu e disse: - E como esquecer, dos seus olhos saltitantes e felizes, olhando para lua, e depois sorrindo para mim?
- A lua estava linda naquele dia, não estava? Perguntei como se pudesse revê-la clara e nítida.
- Confesso que não percebi muito, estava muito distraído olhando a mulher da minha vida.
Eu sorri, eras sempre galante, como um bom cavalheiro se deve fazer.
Beijei-te, como todas as outras vezes, especial e unicamente.
Abraçaste-me com força, e suspirasse: - Eu te amo.
Um verídico e real eu te amo.
E eu te amava tanto, mas não gostava de dizer, já tinha dito de mais, sorri perto da tua orelha e você entendeu.
Olhei pro céu e não havia lua. Não naquele dia, era lua nova.
Percebeste o meu desolamento e me disseste:
- Eu não preciso de lua, eu tenho você.
- Mas eu queria a lua aqui, sabe como eu gosto dela.
- Eu também gostava e fazia questão, até encontrar a mulher da minha vida.
Ele me pegou pela mão e começou a valsar uma música inexistente, eu deitei minha cabeça sobre seu blazer fechei os olhos, e deixei que ele me guiasse enquanto cantarolava a nossa música quase inaudível no meu ouvido.
E aquele sim, era o homem da minha vida.

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