sexta-feira, 11 de novembro de 2011

- Relatos de um cômodo quase vazio.

Dois goles de água mesmo, uma mordida no pão de queijo.
A sua voz no outro cômodo, me lembrando de que estas aqui.
As partes do cedo já se foram, agora é só lua.
E tua voz no outro cômodo, me dizendo que estas aqui.
Tomo um bom banho, desses de esquecer as vozes, e volto.
Pego uma camisa tua, e teu cheiro de cigarros e hortelã me embala.
Durmo ali mesmo, com os cabelos molhados, e lembro-me.
Parte em sonho, parte em consciência de tu me dizendo:
- Cabelo molhado a noite traz resfriado.

Adormeço. Acordo.
Acordo com a tua voz no outro cômodo, me falando de café,
que eu tanto, tanto, tanto, detesto.
Só do cheiro, ah, esse eu me agrado e me lambuzo.
Vou até a cozinha, uma xícara para mim de leite.
Uma para você na cadeira da frente, café para eu sentir o perfume.
Despeço, peço.
Peço que sejas mais que uma voz, que me lembre que eu te amo.
Mais que uma cadeira vazia e mais do que cheiro de café.
Peço que sejas todo, todo em tudo.

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