Pondo um pé na frente do outro, como fazem as bailarinas clássicas.
Segurando todos os sonhos com força nas mãos suadas, e repetia sempre:
- E ainda, que chova, que sangre, que doa, eu não vou desistir, eu não vou soltar.
E pesava muito, aqueles sonhos antigos...
E pensou em soltar mil vezes, tentou desistir mais umas duas mil.
Mas sempre seguiu dançando, um pé na frente do outro, respirando fundo.
Perdeu coreógrafos, bailarinos e pares de dança.
O número agora era um solo.
Só ela e ela mesmo, e tudo o que cabia no espaço das mãos.
Só ela e ela mesmo, e tudo o que cabia no espaço das mãos.
Todo amor, toda a alegria, todo o nada que ela julgava de importância.
E ela foi, bailando, sangrando, como podia.
Fazendo teatro a dor, cantando alto para atrair a alegria.
E já não chorava, não havia mais lágrimas.
Mas havia fé, e mesmo que os motivos fossem vagos...
Ela dançava, muito e cada dia mais, doendo e sofrendo.
Ela bailava, para ficar de pé.
E ela foi, bailando, sangrando, como podia.
Fazendo teatro a dor, cantando alto para atrair a alegria.
E já não chorava, não havia mais lágrimas.
Mas havia fé, e mesmo que os motivos fossem vagos...
Ela dançava, muito e cada dia mais, doendo e sofrendo.
Ela bailava, para ficar de pé.
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