segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Masoquismo.

Essas alegrias que não são minhas, e essas tristezas que também não são.
- me deixaste em mil cacos-
Esse vai e vem, de mais vai do que vem, acaba com as fibras que eu acho que ligam o sentimento ao miocárdio . Você me deixa vazia, ou meio cheia, ou ainda, meio vazia, como o mundo gosta de interpretar.
Shakespeare me disse que essas alegrias violentas, tem fins violentos e ele nunca esteve mais absoluto em sua certeza, você violenta o oco dentro do meu corpo, o faz doer, me esmurra com seu jeito de me querer quando precisa e só, e eu, oposta, te querendo sem parar - sádica- e sugando e rebatendo o que me dás, que é pouco  para o que eu mereço, todo mundo diz, tomo mundo vê.
- eu também digo e vejo.-
Sofro de uma violência sentimental, como se sofresse de algo físico, uma pseudo violência verbal, a cada '' eu te amo'' e a cada ''não me deixe'' são como tapas, que também como tapas, deixam marcas de noites mal e não dormidas, e amor de sobra na sombra roxa do preto dos olhos.
Sinto-me desfalecer enquanto arrasto meus dias sem ver, sem saber, sem notícias, sem me amar... Me violentas mais uma vez, me submetes a tortura dos dias sem você, e a repetição das lembranças tuas, me sinto pateta e ridícula, tento levantar, te olhar nos olhos, te empurrar de mim, para longe... Contrapor essa violência que me causas, levantar a voz! Mas você me olha, me sorri e mais uma entre as mil vezes anteriores, eu só vejo uma criança, a minha criança, que precisa de proteção, de casa e eu sou o lar.
Te rego com lágrimas e mesmo assim te cultivo, mais um nocaute teu, deviam me proibir de sofrer assim, deviam me proibir de te cultivar e de te deixar entrar e esmurrar meu oco, proibir de definhar as minhas fibras que ainda restam languidas.
-Deplorável!-
Deplorável, implorar por assistência pela pura incompetência de não poder sozinha. Eu sinto muito por te ter demais na minha pele, eu não sou forte. Eu era, até encontrar um adversário à altura que salpicou a dor de um néctar atraente, e me fez achá-la altamente convidativa, sinto dizer que não sou mais forte, sou paradoxo... Sou tua.

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