Eu acordo depois de poucas e pesadas horas de sono bem dormidas, tão bem dormidas que nem me deixam sonhar, é tudo branco, ou preto, não sei. Só lembro da ausência de imagens. Levanto-me olho pro espelho, o pijama, sempre muito pequeno, para um horário de casa cheia, e eu não ligo, é meu pijama, que se retirem as pessoas se incomodadas estão. Tento achar um jeito para o meu cabelo sempre rebelde e teimoso... arrasto-me para a parte da casa onde poderia estar meu celular, pego-o recebo as mensagens de Bom dia, desejo-as de volta, e noto o quão atrasada estou, o quão eu vou ter que correr para não perder o ônibus, corro, corro muito, mal humor misturado com preocupação, visto-me como quem se veste para um ritual, a na verdade é quase isso.
Corro, perco o ônibus e ele passa diante meus olhos, corro mais uma vez atravesso a ruas a passos largos, procurando em minha bolsa o passe para facilitar, acho por um milagre, não esqueci. E daí chego lá do outro lado do quarteirão, e espero, e o mesmo ônibus que perdi à minutos, abre-me a porta e eu subo. Nada de boa tardes, nem de olas, nem de opas, nem de nada. Meu humor não me deixa ceder à simpatia.
Sozinha num lugar para dois, sem fones de ouvidos, sem poder ler ( minha cabeça eternamente dolorida, não me deixa), eu imagino, e frago-me cantarolando um lalala sustenido e um tanto quando alto. Respiro.
Chuva. Chuva e chuva. derrete meu cabelo e eu lembro que esqueci o guarda chuva, caminho lentamente debaixo da chuva até o outro ponto de ônibus que me levará ao meu caminho final, e lá numa agonia de pernas, olhares, conversas, sorrisos e abraços eu estou sozinha. Só, eu e minha mente vazia.
Daí me assalta de repente um sorriso nos lábios, e depois de dois segundos eu vejo o motivo, eu lembrei dele, e de como seria bom que ele estivesse ali, mas ele não esta, lamento por um instante, sorrio de novo, por lembrar do Boa Noite que me desejou noite passada, e do eu te amo, que eu retribui com um generoso : EU TE ODEIO, coisa feia. Fui tomada pela mentira das minhas palavras.
E mil vezes DROGA! Está acontecendo de novo. {choro}
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